Leite “Elegê” é retirado do mercado por excesso de sangue, pus e toxinas

Uma notícia está circulando em sites e blogs afirmando que o leite da marca “Elegê” está sendo retirado do mercado por conter excesso de sangue, pus e toxinas. A própria constituição do texto da notícia levanta questionamentos sobre sua veracidade, pois são citadas várias fontes que não possuem nenhuma conexão com o suposto acontecido.

Inicialmente é citado um nutricionista português falando sobre malefícios da ingestão do leite, o autor da fake news supre parte da fala original em que o médico diz que os “malefícios” estão associados apenas ao consumo excessivo do leite. A reportagem completa com o nutricionista pode ser lida em PT Jornal, uma notícia de 2015, fonte do qual parte do texto da fake news foi copiado.

O texto prossegue citando um pesquisador de Harvard, David Ludwig e seus artigos afirmando que “os seres humanos não têm nenhuma exigência nutricional de consumo de leite animal”. Mais uma vez o autor fake news supre a informação de que o pesquisador é especialista em obesidade infantil e seus trabalhos falam da necessidade da amamentação materna da criança em detrimento da utilização de leite animal como complemento nutricional.

O único trecho da notícia que tem ligação com o título são duas linhas que dizem:

“Procon Carioca suspendeu, de forma preventiva, a venda do leite da marca Elegê na cidade, após denúncias de consumidores que se sentiram mal ingerindo o produto.”

O trecho foi retirado de uma notícia de 2014 que falava sobre a suspensão preventiva realizada pelo Procon do Rio de Janeiro da venda de um lote de produção das marcas Elegê, Líder e Parmalat perante a suspeita de contaminação. A imagem que ilustra a fake news também é desta época, já que as embalagens vendidas atualmente pela Elegê possuem um projeto gráfico diferente.

A notícia é falsa, não passa de uma colagem de informações e fontes de terceiros descontextualizadas para sustentar a releitura de uma notícia antiga.